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Foto do escritorDr. Marcio Rogerio Renzo - Fisioterapeuta

A Fisioterapia no AVE e Aneurisma – Conhecimento pode ajudar a reduzir seus impactos.

Com o acontecimento recente que chocou boa parte do meio artístico, o falecimento do ator Tom Veiga, intérprete do querido Louro José do programa “Mais Você” da Rede Globo, resolvi escrever sobre o Acidente Vascular Encefálico (AVE), também conhecido por AVC (Acidente Vascular Cerebral) ou Derrame Cerebral e também sobre Aneurisma.

O AVE, popularmente chamado de derrame cerebral ou AVC é definido como uma disfunção neurológica aguda, porém de causas originadas no sistema circulatório, que apresenta rápido sinais clínicos em razão de alterações localizadas ou de forma mais amplas no corpo, com comprometimento da função cerebral por período de duração superior a 24 horas. É uma doença que gera diversas deficiências que afetam diretamente a qualidade de vida do paciente forçando-o a ajustes em sua rotina diária, da família e dos sistemas de saúde.

De acordo com o Ministério da Saúde o AVE é a principal causa de morte em adultos do Brasil, cerca de aproximadamente 100 mil pessoas morrem todo ano, e é um dos principais motivos de incapacidade em todo mundo, pois a maioria dos casos (cerca de 70%) apresentaram algum tipo de sequela. Eles ocorrem com mais frequências em idosos, do sexo masculino, acima dos 60 anos de idade, todavia tem-se observado uma elevação nos casos em indivíduos menores de 45 anos de idade.

No mundo é estimado que cerca de 15 milhões de pessoas sofrerão algum evento de AVE, sendo que um terço deste número (5 milhões) virão à óbito e outro terço desenvolverão algum tipo de sequela, comprometendo a qualidade de vida do paciente, família e sociedade, desta forma, se tornando um importante caso de saúde pública, pois tem um peso significativo no orçamento destinado à saúde.

O acidente vascular encefálico pode se apresentar de duas formas: a isquêmica, quando ocorre o entupimento parcial ou total do vaso sanguíneo, desta forma afetando a região cerebral irrigada por esse vaso que determinará a sequela ou até mesmo o óbito do paciente. A outra forma apresentada é a hemorrágica. Esta é menos comum. Ocorre em decorrência do rompimento do vaso sanguíneo com extravasamento do sangue para o interior do cérebro, do sistema ventricular e/ou do espaço subaracnóideo. É importante destacar que este rompimento pode ocorrer por causas internas (o chamado Aneurisma) ou externas (o Traumatismo craniano).

É importante destacar que cerca de uma em cada quatro pessoas que foram acometidos por um AVE virá a sofrer outro, sendo este um importante fator para trabalhar na prevenção, visto que na maioria dos casos, o segundo evento trará sequela ainda mais grave que na primeira.

O Aneurisma Cerebral é caracterizado por um enfraquecimento da parede do vaso sanguíneo intracraniano que causa uma dilatação, que à priori não nasce com o indivíduo, tende a se desenvolver no transcorrer da vida, podendo ter raízes genéticas. O indivíduo pode vir a desenvolver aneurismas múltiplos de pequena importância, esses indivíduos representam cerca de 20 a 30% de todos os casos, não apresentando sintomas algum. Porém os aneurismas, chamados de colo largo, trazem sintomas como cefaleia súbita e intensa, dor facial, alterações na visão, rigidez de pescoço, vômito. Quando há o rompimento ocorre o chamado AVE. Ao contrário do AVE em que a prevalência maior é do sexo masculino, no aneurisma a prevalência é do sexo feminino, entre 40 e 60 anos de idade.

O AVE Isquêmico pode ocorrer também na forma do chamado de AIT (Ataque Isquêmico Transitório) esse tipo é quando ocorre um quadro agudo em que uma região encefálica é privada de irrigação sanguínea, desta forma afetando alguma função no corpo, todavia essas alterações regridem em 24 horas. Não deixa sequelas permanentes. O Déficit Neurológico Isquêmico Reversível apresenta os sintomas neurológicos num período superior a 24 horas e inferior a 3 semanas, revertendo as sequelas após. O Déficit Neurológico Isquêmico Completo é quando o quadro neurológico é progressivo e permanece por mais de 3 semanas.

Os fatores de risco relacionados à essa doença se dividem em dois:


Os sinais e sintomas mais típicos e recorrentes observados durante o AVE são:

A fisioterapia, como área da ciência da saúde, vem a contribuir no tratamento de forma expressiva, agindo tanto na prevenção através de orientações à população, como no pós-evento utilizando de diversas técnicas: como cinesioterapia, eletroterapia, hidroterapia, etc., a fim de reabilitar ou minimizar as sequelas do paciente, buscando retornar esse paciente da melhor forma possível às suas atividades de vida diária.

A prevenção, como em todas as demais doenças, é o principal fator. Mas em caso de ocorrer o acidente, os primeiros socorros ajudam muito na evolução do quadro, portanto aos primeiros sintomas procure imediatamente ajuda especializada. O socorro adequado pode diminuir muito a extensão dos danos.

Segundo a Academia Brasileira de Neurologia, “90% dos casos de AVE estão relacionados às causas evitáveis”. E no caso do AVE, a principal causa evitável é a hipertensão arterial.

O controle da pressão arterial, a manutenção de uma rotina de atividades físicas, uma dieta saudável e balanceada, o controle das taxas de colesterol e glicemia, a manutenção do peso corporal adequado, não fazer uso de tabaco e/ou ingestão de bebidas alcoólicas, e realizar exames de rotina periodicamente são atitudes simples que pode impedir ou minimizar os resultados deste acidente.

Para terminar, o AVE pode trazer diversas consequências ao portador desta patologia e uma delas, que é importante destacar é a depressão. A assistência multiprofissional é essencial para a atenção ao paciente, pois este experimentou alterações que afetou sua qualidade de vida e a recuperação desse indivíduo deve-se basear na readequação funcional e psicológica, a fim de proporcionar uma independência em sua rotina individual e se não for possível, lhe dar suporte psicológico para que aceite seu novo estilo de vida.

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