Por Dr. Marcio Rogério Renzo
A COVID-19 foi identificada na China em meados de dezembro de 2019, sendo declarada a pandemia em março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Tal síndrome é complexa, de rápida disseminação e mortal pela evolução para uma grave síndrome respiratória aguda grave, caso não receba o tratamento adequado o quanto antes.
O Brasil teve seu primeiro registro em 25 de fevereiro de 2020, chegando até neste mês de agosto a contabilizar cerca de 580 mil mortos e mais de 20 milhões de infectados. Os números de infectados vêm caindo a cada dia pelo esforço do governo em enfatizar a imunização da população.
Por ser uma doença multissistêmica, cada pessoa responde ao vírus de uma forma diferente, que leva a apresentar sintomas e intensidades diferentes. Apesar de a grande maioria apresentar poucos sintomas, cerca de 80% dos casos, alguns, cerca de 5%, apresentam a forma mais grave. Este paciente certamente será levado às unidades de terapia intensiva, que pelo caráter do tratamento acabam por ter diversas sequelas, sendo de primordial importância o acompanhamento pelo fisioterapeuta.
Tive COVID-19 e agora?
É importante conhecer os problemas e saber que após o paciente ter a alta hospitalar não se encerra o tratamento. O indivíduo deverá ter um acompanhamento, pois os pacientes que passaram por um caso de maior gravidade e sobreviveram têm um risco de 59% maior de morrer até seis meses após a infecção, segundo a ASSOBRAFIR (Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva).
Diversos sintomas e danos sistêmicos foram relatados. Os mais frequentemente mencionados são: a fadiga, dor torácica, falta de ar, distúrbios cognitivos, alterações do sono e redução na capacidade funcional da pessoa. Esses sintomas apresentam-se aumentados se o paciente teve uma longa permanência na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), pois a longa permanência imobilizada no leito, o uso de medicações como corticoides, anestésicos agravam a sua condição, neste sentido.
Os danos causados pela COVID-19 em nosso organismo são extensos. Afetam osso cérebro, pulmões, coração, músculos, rins e sistema circulatório.
A Síndrome Pós-COVID-19 é ter a persistência dos sintomas ou complicações causadas pelo vírus a longo prazo, superior a 4 semanas. Hoje tem-se denominado vários nomes para esta síndrome, tais como: Long-COVID-19, Sintomas persistente da COVID-19, Manifestações pós-COVID-19 e COVID-19 pós-aguda.
A síndrome também apresenta subdivisões: Subaguda (sintomas presentes entre 4 e 12 semanas) e Crônica (sintomas persistentes além de 12 semana e não relacionado a novo diagnóstico de outra doença)
Como a fisioterapia pode ajudar?
Nas fases da síndrome pós-COVID-19, como dissemos, a persistência dos quadros de fadiga, falta de ar, tosse, dor de cabeça, palpitações, dor torácica, tromboembolismo, doença renal crônica, queda de cabelo faz a qualidade de vida do paciente ficar prejudicada e necessitará de acompanhamento próximo.
A fisioterapia ajudará o paciente na reabilitação através de técnicas e acompanhamento da evolução com testes específicos de forma que a individualidade do paciente seja respeitada. O fisioterapeuta lançará mãos de técnicas de cinesioterapia, eletroterapia, fisioterapia respiratória e cardiológica para que aumente a capacidade e qualidade de vida.
Outro aspecto importante a ser observado é que muito pacientes apresentam transtornos de ansiedade e depressão, principalmente nos casos mais graves da doença, portanto, trabalhar este lado da terapia também será primordial para que o paciente tenha sua qualidade de vida restabelecida.
Como eu posso ajudar no tratamento?
O paciente pode ajudar no seu tratamento procurando manter um hábito de vida saudável, como:
- Aumentar a ingestão de frutas e verduras;
- Evitar alimentos pesados;
- Fazer atividades físicas, conforme orientação do seu fisioterapeuta;
- Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas;
- Não fumar;
- Procurar manter uma rotina de sono
É muito importante começar o acompanhamento o quanto antes com seu fisioterapeuta e ao perceber quaisquer sintomas, procure seu médico ou fisioterapeuta e o informe.
Lembre-se a sua recuperação não se limita ao período da consulta. Fiquem atentos.
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