Por Dr. Marcio Rogério Renzo
O mês de julho é tradicionalmente dedicado à campanha de conscientização ao tratamento do câncer ósseo – Julho Amarelo. Apesar de ser considerado um câncer raro, correspondendo acerca de 1% do total, sua forma é muito agressiva e as consequências finais podem gerar mutilações. No Brasil surgem aproximadamente 2.700 casos todos os anos, segundo a Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC).
Porém com a evolução dos tratamentos, o uso combinado de drogas, aliado aos avanços tecnológicos, a sobrevida livre da doença aumentou expressivamente, atingindo patamares entre 50 e 70% dos casos. Para tanto, tem-se identificado como fator primordial à cura o diagnóstico precoce.
O surgimento em cada faixa etária para a doença tem características próprias, tendo uma leve maioria nos homens. Nos mais jovens, até os 20 anos de idade, as principais áreas atingidas são os joelhos (osteossarcomas) e alguns tumores relacionados à medula óssea, como o Tumor de Ewing. Já a partir da idade adulta os tumores mais comuns são os condrossarcomas e os de origens externas aos ossos. As metástases são ramificações, por assim dizer, de cânceres surgidos em outros órgãos e que acabam por se instalar nos ossos. Os principais tipos de cânceres que podem a ter metástase nos ossos são: pulmão, rim, mama, próstata e tireoide.
O que causa o tumor?
Não existe ainda uma forma de prevenir o câncer nos ossos. Algumas de suas causas ainda são desconhecidas, porém os fatores de riscos são conhecidos, alguns internos e outros externos. O tabagismo, uso de drogas ilícitas, exposição à radiação ionizante, estes são alguns exemplos de fatores externos e controláveis. Os fatores internos, portanto, não controláveis, são: histórico familiar, idade, são exemplos.
É interessante desmistificar que o uso de radiação não ionizante, como as que são utilizadas por micro-ondas, campos eletromagnéticos e telefones celulares não aumentam o risco de tumor ósseo.
Quando suspeitar e procurar um profissional de saúde?
Alguns sintomas são percebidos neste tipo de câncer, tais como: dor nos ossos, inchaço nas articulações e fraturas fáceis. As dores não são constantes e são acentuadas no período noturno ou quando se mexem as pernas durante a caminhada.
O inchaço nas articulações é percebido em formato de nódulo, principalmente nas grandes articulações como joelho e cotovelos. Já as fraturas ocorrem principalmente nos grandes ossos do fêmur, braços e coluna vertebral por enfraquecimentos dessas estruturas, provocando uma dor repentina e intensa.
Outros sinais e sintomas importantes são: a perda de peso sem razão aparente, cansaço intenso e febre constante. Devido a este câncer ter seu desenvolvimento por metástases e também promovê-las, devemos estar atentos a outros sintomas como falta de ar, anemias, infecções frequentes, insônia, entre outros. O diagnóstico é fechado através de análise clínica, por imagem e biópsia feito pelo médico habilitado.
Como o tratamento é feito?
O tratamento se dá através de equipe multidisciplinar, preferencialmente, com o objetivo de tratar o paciente como um todo. O médico oncologista iniciará o tratamento identificando o tipo de tumor, o tamanho e sua localização. Geralmente é indicada a quimioterapia, radioterapia e em alguns casos a realização de cirurgia para retirada do tumor.
No campo da fisioterapia, a complexidade do tratamento dependerá das estruturas afetadas pelo tumor, podendo ser atacado de forma mais conservadora através de técnicas para tratamento da dor e inflamação e melhora na cicatrização. Ou, devido a complexidade do caso, há a necessidade de cirurgia para retirada de parte óssea ou total de membros, a fisioterapia atuará na ajuda ao paciente para adaptação à prótese e restabelecimento das atividades de vida diária. O uso de algumas órteses poderá ser indicado para a redução de impactos, estabilização e controle do paciente, buscando uma melhor qualidade de vida.
Sempre que precisar, consulte um fisioterapeuta de sua confiança!!! Estamos aqui para ajudar.
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